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Uma bomba atômica no Sinai?



Israel planejou lançar uma bomba atômica no Sinai


Originalmente publicado em 09/06/2017, no Conexão Israel


Uma entrevista secreta com um dos membros do Departamento Pesquisa e Desenvolvimento do Sistema de Segurança foi divulgada ontem, pela primeira vez. A principal revelação: o executivo israelense formulou na véspera da Guerra dos Seis Dias um programa de execução de uma explosão atômica.


Tradução livre de João Koatz Miragaya, do artigo publicado por Haim Isrovitz em 04/06/2017 no site do diário Maariv (leia o original aqui).


O executivo israelense formulou na véspera da Guerra dos Seis Dias um programa secreto de execução de uma explosão atômica na Península do Sinai, com o objetivo de dissuadir os egípcios, em caso de uma possível vitória árabe na guerra. Assim foi revelado em entrevistas secretas com o coronel da reserva, Yitzhak Yaakov, um dos membros do Departamento Pesquisa e Desenvolvimento do Sistema de Segurança, publicado pela primeira vez ontem no “The New York Times”. O pesquisador nuclear israelense, doutor Avner Cohen, do Instituto de Estudos Internacionais (Instituto Monterey, California) entrevistou Yaakov entre 1999 e 2000, antes que Yaakov fosse preso e condenado por divulgar informações que comprometeriam a segurança do país sem autoridade para tal, e foi sentenciado a dois anos de detenção condicional. Yakov faleceu aos 87 anos em 2013.


De acordo com o artigo publicado no “The New York Times”, cujo título foi “O Último Segredo da Guerra dos Seis Dias”, Yaakov contou a Cohen que durante o período em que aguardavam decisão nas vésperas da guerra, em maio de 1967, ele foi chamado a regressar a Israel no momento em que estudava no Rand Corporation, na Califórnia. No momento em que já era claro que estouraria uma guerra, Yaakov começou a desenvolver um plano no qual Israel realizaria uma demonstração de força, por meio da explosão de um dispositivo nuclear na Península do Sinai, neste momento ainda sob controle egípcio.


“O objetivo era criar uma nova situação na região, através da qual as potências mundiais seriam obrigadas a intervir, ou que forçaria os egípcios a frear (suas intenções bélicas): ‘pera aí, não estávamos prontos para isso’. O objetivo era mudar o panorama”, disse Yaakov, na entrevista gravada.


No contexto do programa, denominado “Operação Dia do Juízo Final”, foi escolhido o topo de uma montanha situada a 20 km de Abu Agueila como local de execução da explosão. Seguindo as instruções do comando do primeiro-ministro Levi Eshkol e do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Yitzhak Rabin, a unidade de paraquedistas deveria chegar ao local para executar o trabalho de preparação, e em seguida, dois helicópteros de transporte deveriam transportar a bomba e montar um posto de controle, e então esperar a luz verde do executivo israelense.


O próprio Yaakov realizou um voo de reconhecimento junto ao chefe da Comissão de Energia Atômica, Israel Dostrowsky, mas foram forçados a retornar após aviões egípcios serem enviados em sua direção. “Estivemos muito próximos”, disse Yaakov. “Vimos a montanha e vimos o lugar onde deveríamos nos esconder, num canyon qualquer”.


No fim das contas, foi a “Operação Foco” que deu início à impressionante vitória israelense, que incluiu a conquista da Península do Sinai, deixando o programa de explosão de uma bomba atômica engavetado. “Este é o último segredo da Guerra de 1967”, concluiu Cohen, que amanhã publicará uma série de documentos sobre o projeto secreto no site especial do Projeto Internacional de História de Proliferação de Armas Nucleares do Centro Woodrow Wilson, em Washington.


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