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Sionismo Religioso


O Sionismo Religioso (HaTzionut HaDatit) foi um partido criado para as eleições de 2021, como resultado da separação entre as forças da direita sionista ortodoxa. Os moderados seguiram com Naftali Bennett, no Yamina, enquanto os mais radicais foram com Betzalel Smotrich e criaram o novo partido. Apesar do nome adotado, o partido não representa a totalidade da populaçao sionista religiosa, concentrando sua força nos assentamentos na Cisjordânia e no grupo conhecido como chardalim (ultra-ortodoxos nacionalistas).

Atualmente o partido tem 8 cadeiras na Knesset, e ocupa ministérios do primeiro escalão, como o das Finanças. São um partido ultraconservador e a favor do conceito da Terra de Israel Completa, que define que todo o território pertence ao povo judeu.

Apresentam como bandeiras o fortalecimento da identidade judaica do país, a reparação do sistema jurídico, a fortificação e o desenvolvimento de assentamentos no Negev e na Galiléia e na Judéia e Samaria (Cisjordânia), a preservação do mundo da Torá e educação religiosa, agricultura, absorção de Aliá (imigração judaica) e assistência a instituições de caridade.


Figuras em destaque

Bezalel Smotrich é advogado, líder do partido e atual ministro das Finanças. Preso em 2005 por suspeita de atentado contra o exército, que executava a evacuação dos colonos israelenses da Faixa de Gaza, é ele mesmo um colono de Kdumim. É um dos maiores defensores dos assentamentos na política israelense.

Orit Struck é a atual ministra dos Assentamentos. Cresceu no seio de uma família secular e de esquerda, e aos 16 anos tornou-se religiosa. Hoje é um dos 600 judeus que vivem em Hebron. Simcha Rotman é advogado, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e um dos arquitetos da reforma judicial que o governo atual tentava pôr em prática até o 07/10.


Como a lista é decidida

Por meio de uma votação democrática entre os filiados do partido.


Posições do partido

O partido apresenta seu plano no seu site oficial.


Religião e Estado

O partido diz que o Estado de Israel é a casa do povo judeu, e deve manter o status-quo religioso judaico nacional. Dizem que a Suprema Corte tem tentado acabar com este acordo harmônico, e que o Sionismo Religioso o defenderá. São contrários ao casamento civil, à profanação do Shabat (sábado) e das festas, desejam preservar a kashrut (leis alimentares) em espaços públicos e o Estado de Israel como um Estado judeu.

Prometem uma “Lei Básica Estudo da Torá” para isentar os estudantes de academias rabínicas do serviço militar obrigatório.


Política econômica

Pretentem aumentar as receitas para que haja superavit, e, ao mesmo tempo, baixar os impostos. Desejam gerar mais livre concorrência através de redução da regulação pelo Estado, redução de impostos, alegando que os preços diminuirão desta maneira. Também pretendem reduzir o poder dos sindicatos.


Política social

Aifrmam que o setor público é fundamental para qualquer país democrático, e pretendem substituir os benefícios por tempo de serviço por mérito. Dizem que a permissiva lei de greves faz com que a população seja refém do funcionalismo público, e pretendem proibi-la para cargos essenciais e quando tenha objetivos políticos, e flexibilizar as leis trabalhistas.

Na saúde, prometem aumentar as horas da jornada de trabalho dos médicos cujas especialidades são requisitadas, e dar autonomia administrativa e orçamentária aos hospitais públicos.


Territórios e processo de paz

O partido nega a existência do povo palestino e considera toda a Terra de Israel como cenário para o Estado de Israel, pois é o que diz o Pentateuco. Para isso, prometem declarar soberania sobre os territórios C (definidos nos Acordos de Oslo).

Para fortalecer a presença judaica na Judeia e Samária (Cisjordânia), prometem regularizar todos os assentamentos construidos de forma ilegal segundo a lei israelense, e levar outro milhão de judeus a habitar a região.


Educação

Afirmam que o orçamento da educação religiosa não está regularizado como à parte, e pretendem fazê-lo e aumentá-lo. Pretendem instituir o valor de 30 a 50% de uma mensalidade escolar às famílias. Prometem regularizar a corrente Chabad (chassídica) como oficial dentro do sistema de ensino ultraortodoxo público. 


Segurança e exército

Pretendem agir junto à comunidade internacional para que a Autoridade Palestina seja considerada uma organização terrorista, e combatê-la como tal.

Prometem um desconto de 150 mil shekels em terrenos na periferia para soldados da reserva, e dar imunidade criminal a ações cometidas durante o serviço militar.


Outras posições

O partido promete uma reforma no poder judiciário, que retire o exagerado poder dos juízes da Suprema Corte e os repasse para o parlamento, e divida o cargo de Conselheira Jurídica do Governo em dois, reduzindo seu poder.

O partido também propõe a alteração da Lei do Retorno,possibilitando somente que filhos de mãe judia possam emigrar e ser cidadãos de Israel (a lei atual permite a quem tem um avô judeu adquirir cidadania).


Fontes


Foto de capa: Own work (Viki 4800)

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