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Ra'am




O Ra'am (Lista Árabe Unida) é um desdobramento do Movimento Islâmico (surgido em 1971), que se dividiu em dois devido aos Acordos de Oslo: o setor sul (Ra’am) apoiou o processo, enquanto o setor norte o rejeitou e, consequentemente, foi posto na ilegalidade por colaboração com atividades terroristas. O Ra’am se define como um partido árabe muçulmano, e foi criado antes das eleições de 1996. Tem suas bases ligadas à população beduína, de onde vem a maioria de seus votos. 

O partido é conservador nos costumes, e possui uma pauta à esquerda quanto à questão social. É a favor de dois Estados, e seu líder, Mansour Abbas, recentemente declarou que a população árabe deve compreender que Israel é um Estado judaico, e cabe a eles lutarem por seus direitos como minoria.

O Ra’am foi o primeiro partido de eleitorado árabe independente a fazer parte de uma coalizão governista em Israel, durante o governo de união chefiado por Naftali Bennett e Yair Lapid (2021-22). O partido, no entanto, não assumiu cargos no governo.


Figuras em destaque

Mansour Abbas é o líder do partido desde 2019. É dentista de formação, e já foi o imã da mesquita de Tiberias. Tem posições moderadas e de diálogo, já tendo se aproximado de setores da direita e da esquerda israelenses em diversos momentos.

Walid Taha é cientista político e educador. Parlamentar desde 2012, é conhecido por ter manifestado apoio ao Hamas em diversas ocasiões, recusando-se a definir o grupo como terrorista.


Como a lista é decidida

O partido tem um sistema eleitoral interno, sob escrutínio do Conselho HaShura (conselho de sábios do islã).


Posições do partido

O site oficial do partido não oferece um plano, salvo poucos indicativos em determinados temas específicos. Sendo assim, parte do que o leitor verá abaixo está baseado em votações de sua base e declarações de seus parlamentares.


Religião e Estado

O Ra'am não tem posição quanto ao tema. No entanto, em votações relacionadas à costumes, constantemente assume uma posição conservadora. É contrário à leis que provenham direitos à comunidade LGBTQIA+, além de não se engajar em pautas que garantam os direitos das mulheres.


Política econômica

O partido, de esquerda neste aspecto, tem como sua principal bandeira o aumento do orçamento para subsidiar populações de baixa renda (especialmente árabes)


Política Social

O Ra’am direciona seus esforços no social para a melhoria das condições de vida das populações árabes israelenses, sobretudo os beduínos do Negev (sul). O Ra’am batalha pela legalização de aldeias não reconhecidas, que não têm acesso a direitos básicos nem infraestrutura de saneamento por conta dessa irregularidade. Além disso, o Ra’am, enquanto parte da coalizão, obteve um aumento considerável de recursos para o investimento em todas as cidades árabes, para que fossem diminuídas as diferenças entre elas e as cidades judaicas.



Territórios e processo de paz

O partido defende o desmantelamento de todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia, visando com isso obter a retirada total de Israel dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e, assim, criando um Estado Palestino independente, tendo Jerusalem Oriental como sua capita, e o retorno dos refugiados.


Educação

Não encontramos pontos ligados à educação em nossa busca.


Segurança e exército

Hoje os arabes-israelense são isentos do serviço militar obrigatório. Mesmo assim, são chamados e devem se apresentar ao exército antes de serem liberados. O partido clama que os árabes-israelenses devem ser reconhecidos como uma minoria nacional, eliminando qualquer chance de que sejam recrutados.


Outras posições

O partido luta para que a Suprema Corte de Israel inicie um processo para criar tribunais religiosos islâmicos, dando assim maior liberdade no exercício de funções judiciais aos muçulmanos.


Fontes




Foto de capa: U.S. Embassy Jerusalem https://www.flickr.com/photos/46886434@N04/52791765497/


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