top of page

O que está por trás do terrorismo palestino?

Originalmente publicado em 16/11/2015, no Conexão Israel

            

Tradução livre do artigo de Guily Cohen no diário Haaretz, em 11 de novembro de 2015. Leia o original aqui.


Shin Bet: A motivação dos jovens terroristas está fundada em sensação de opressão nacional, econômica e pessoal


A motivação dos executores dos atentados advém de “sensação de opressão nacional, econômica e pessoal - e até mesmo de gênero e também por problemas pessoais e psicológicos”, assim diz um relatório divulgado ontem (10 de novembro) pelo Shin Bet sobre a última onda de terror. Além disso, o relatório salientou que “para parte destes terroristas os atentados representam uma fuga de uma realidade sem perspectiva de mudança.”


Neste balanço, o Shin Bet tenta caracterizar os jovens autores dos atentados, destacando que estes terroristas não atuam influenciados por uma ideia específica nem como parte de nenhuma organização e enfatiza que a maioria dos terroristas são homens (mais de 90%), mas sete mulheres também executaram atentados. O relatório também mostra que os autores destes atentados são inspirados por incitações em redes sociais, “incluindo a incitação feita por altos membros da Autoridade Palestina”.


De acordo com dados do Shin Bet, 82% destes jovens estão na faixa etária de 16 a 25 anos. Eles são em sua maioria (72%) palestinos da Cisjordânia, principalmente provenientes das regiões metropolitanas de Hebron e Ramallah, enquanto 23% são habitantes de Jerusalém Oriental que possuem cidadania israelense. 5% dos terroristas são árabes israelenses. Por fim, a maioria dos atentados foram feitos nos territórios da Cisjordânia (62%), enquanto o resto foi realizado em Jerusalém e em outras áreas do lado de dentro da linha verde (ou seja, dentro de Israel).


“As atividades destes jovens palestinos, que geraram a atual onda de terror, não estão nem organizadas nem institucionalizadas, mas têm um caráter espontâneo e popular. Sua origem está na incitação e na propagação de boatos sobre a tentativa de Israel de danificar a Mesquita de Al-Aqsa, provém também de uma motivação imediata, de caráter simbólico-religioso, e potencializam a manifestação violenta e o terror contra o  Estado de Israel”, segundo o relatório do Shin Bet. “Os jovens ‘vivem online’, e se alimentam de informação na internet, que exalta os argumentos pró-palestinos, segundo os quais os terroristas são vítimas de ‘ataques israelenses’ e teriam sido na verdade ‘executados sumariamente’. Ademais, existe uma dinâmica interna que se auto-alimenta, segundo o ciclo: atentado, seguido de morte do terrorista, seguido de vingança por sua morte.”


As fontes citadas pelo Shin Bet fazem coro com as palavras do Diretor de Inteligência das Forças de Defesa de Israel (FDI), general Herzi HaLevi, em uma reunião do governo na semana passada. HaLevi disse que uma das razões da onda de terror recente em Jerusalém e nos territórios é a sensação de fúria e de frustração entre os palestinos, especialmente entre os jovens. Três fontes presentes na reunião disseram que HaLevi afirmou que muitos dos jovens palestinos realizaram atentados por estarem desesperados com a situação e que “sentem que não têm mais nada a perder”.


O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu repeliu durante as últimas semanas a tese de que o terror emana da frustração. “O terror não resulta da frustração pela ausência de progresso nas negociações - o terror resulta do desejo de nos destruir”, disse Netanyahu no mês passado.


Comments


bottom of page