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10 anos atrás: A Batalha de Gaza

  • 12 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

Originalmente publicado em 12/06/2017, no Conexão Israel

            

Não só a Guerra dos Seis Dias faz aniversário em uma data “redonda” esta semana. Outro evento de grande importância também aconteceu na primeira semana de junho, há exatos 10 anos: “A Batalha de Gaza”. Para quem tem memória fraca, recordaremos o evento após uma breve contextualização histórica.


Em janeiro de 2006, o braço político do grupo islamista Hamas, venceu as eleições legislativas palestinas. A vitória foi construída sobretudo com base em uma forte propaganda, que exaltava o êxito da luta armada contra os israelenses na Faixa de Gaza, que, segundo o Hamas, teria sido a causa da retirada do exército israelense e dos colonos da região em 2005. A estratégia teria dado certo, em contraponto à cooperação da Autoridade Palestina (AP), presidida por Mahmmoud Abbas, do partido secular Fatah, com Israel.


A vitória do Hamas gerou um ambiente de tensão interna na Autoridade Palestina. Além do receio do Fatah em perder também o poder executivo (que, entre outras coisas, implicava em desempregar a alguns milhares de funcionários públicos ligados ao partido Fatah), o partido sofria pressão externa de países como os EUA e Israel, que haviam financiado e permitido o trânsito de armamentos para a Guarda Presidencial Palestina. No fim de 2006, após recusa de Abbas em ceder a Guarda Presidencial a políticos do Hamas, começaram as tensões: membros do Fatah acusaram o Hamas de tentativa de golpe de Estado, e iniciaram uma série de sequestros e prisões na Cisjordânia. A tensão se espalhou nos meses seguidos à Faixa de Gaza, onde foram mortos mais de 50 membros do Fatah, em resposta aos sequestros e prisões. Tentativas de cessar-fogo foram feitas sem sucesso.


O conflito atingiu seu ápice no dia 10 de junho, no que se chamou “A Batalha de Gaza”. O braço armado do Hamas e as Forças de Segurança Nacional (na prática, o Fatah) entraram em confronto nas ruas de Gaza. Houve disparos nas residências dos presidentes do Hamas (Ismail Haniya) e da AP. Em cinco dias o Hamas assumiu o controle de toda a Faixa de Gaza, matando e expulsando líderes da facção rival.


O Fatah se refere ao evento como um golpe militar do Hamas. O Hamas diz que houve um golpe coordenado pelos EUA e Israel em conjunto com líderes do Fatah para derrubar o Hamas, desrespeitando o resultado das eleições. Em 14 de junho, Abbas anunciou a dissolução do governo e nomeia Salam Fayyad como primeiro-ministro (posto que deveria pertencer ao Hamas pelo resultado das eleições), encarregando-o de formar um novo governo na Cisjordânia. O conflito prosseguiu até outubro de 2007, deixando mais de 600 mortos. Desde então, Hamas e Fatah seguem divididos politicamente e geograficamente: enquanto o primeiro grupo não reconhece Israel, segue em guerra com o Estado judeu e controla a Faixa de Gaza, o partido de Mahmmoud Abbas coopera com Israel (dentro do possível) e controla a Cisjordânia. Desde a Batalha de Gaza, existem duas palestinas dentro de um Estado que sequer existe.

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